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Press release

Bain prevê que edge computing deve alcançar US$ 127 milhões até 2027

Bain prevê que edge computing deve alcançar US$ 127 milhões até 2027

Investimento na implementação de chips e componentes de hardware para dispositivos e sistemas que processam dados em clusters regionais está em plena expansão

  • dezembro 08, 2023
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Press release

Bain prevê que edge computing deve alcançar US$ 127 milhões até 2027

Brasil, dezembro de 2023 - Edge computing é uma abordagem que transfere o processamento de data centers centrais para clusters de computação regionais e locais mais próximos da fonte, na “borda” da rede, com o objetivo de evitar restrições de energia e latência.  

O envio de grandes quantidades de dados para processamento em data centers na nuvem pode ser ineficiente e tem o potencial de sobrecarregar as arquiteturas de transporte e processamento. Além disso, muitos dos dados gerados são ruídos que poderiam ser filtrados e processados na fonte para reduzir drasticamente os requisitos de infraestrutura tecnológica. Muitas aplicações têm uma tolerância muito baixa à latência e exigem resolução em tempo real. Mesmo os data centers e gateways locais não são eficientes para os ciclos de feedback em tempo real que os dispositivos modernos exigem.

Os dispositivos de computação de borda (edge computing) representam uma mudança de paradigma, pois realizam localmente a maior parte das inferências e do processamento de dados, oferecendo vantagens em termos de latência, consumo de energia e uso de largura de banda. Os fones de ouvido com cancelamento de ruído são um bom exemplo: eles analisam os sinais sonoros no ambiente e contrapõem frequências opostas localmente, reduzindo o ruído de fundo sem a necessidade de transmitir dados para a nuvem. A câmeras de vigilância são outro exemplo: em vez de transmitir um vídeo bruto, pixel por pixel para um processador central, o que exigiria uma enorme largura de banda e grande poder de processamento, uma câmera edge pode realizar uma filtragem inicial dos dados e enviá-los de forma estruturada para um hub central para tomada de decisões.

Nem todos os dispositivos usarão esta arquitetura, é claro. A análise da Bain prevê que, até 2027, US$ 127 milhões – de um mercado total de US$ 277 milhões – serão investidos em chips e componentes de hardware para dispositivos e sistemas que suportam a computação inteligente de borda. É uma grande oportunidade, mas a maioria dos players não está totalmente preparada para abordar esse mercado. Dada a velocidade de evolução, as empresas precisam reagir agora para atender à demanda de forma eficaz.

As companhias terão de ampliar sua capacidade de incorporar software com hardware digital e analógico para fornecer soluções totalmente integradas. A pesquisa da Bain revela que a integração de hardware e software é o critério de compra mais bem classificado e que os clientes atribuem um NPS (Net Promoter Score℠ - índice criado pela Bain que revela a intenção de um cliente em recomendar uma marca a outras pessoas) mais alto para produtos totalmente integrados. No entanto, ainda é possível melhorar esse índice, especialmente por meio de parcerias ou aquisições certas e do desenvolvimento de capacidades internas.

As empresas também devem reforçar sua capacidade para avaliar e determinar quais soluções merecem integração total e onde faz mais sentido fornecer parte das soluções, deixando a integração para o cliente ou terceiros. Conforme os mercados amadurecem, os consumidores podem indicar preferência por soluções abertas que melhor se adaptem às suas necessidades ou ao seu ecossistema de software. Compreender o fator determinante entre digital, analógico ou uma combinação dos dois pode ajudar a definir a melhor oferta para uma determinada aplicação ou cliente. Entender os clientes e suas necessidades também será fundamental, uma vez que, à medida que o mercado amadurece, os clientes podem buscar por mais controle sobre os elementos de uma solução.

Dada a importância da integração e a natureza incipiente das soluções nesse campo, as linhas tradicionais de competição estão se tornando menos claras na computação inteligente de borda. A maioria dos fornecedores não tem ofertas full-stack, portanto, para vencer neste mercado, as empresas precisam encontrar parceiros em toda a gama de soluções de ponta. Por exemplo: opções específicas para aplicações que integram componentes digitais e analógicos, reunindo microcontroladores e reprodutores analógicos. Players de gateway, como Nvidia e Qualcomm, estão investindo em soluções integradas de computação e software, bem como em ferramentas amigáveis ao desenvolvedor (como Nvidia Jetson e Qualcomm Drive Data Platform). 

Empresas em setores tecnológicos distintos têm diferentes caminhos para o sucesso nesse mercado:

Semicondutores digitais: players digitais e de conectividade devem continuar a atuar na integração de componentes analógicos, fortalecendo a pilha de software integrada e construindo aplicações específicas para diferentes fins.

Players analógicos: ancorar nos pontos fortes analógicos e aproveitar o ecossistema e as parcerias para construir soluções full-stack e recursos de software.

Software: conhecer desenvolvedores em seu ecossistema e adotar padrões crescentes do setor e ofertas de código aberto.

Fabricantes de equipamentos originais: focar em questões estratégicas e casos de uso holísticos, permitindo que fornecedores absorvam a complexidade de hardware e software.

Hyperscalers: reconhecer onde as soluções conectadas à nuvem têm limitações e fazer parceria com fornecedores de hardware.

Os dispositivos inteligentes de borda representam um novo paradigma de computação também por criar uma nova classe de instrumentos que reagem em tempo real com o mundo ao seu redor, sem precisar dos requisitos de computação e conectividade da nuvem ou do processamento do data center local. Contudo, o sucesso desse mercado também exige uma mudança de competências e novas ligações dentro do ecossistema. Cabe a cada player avaliar suas potencialidades e se preparar para essa mudança.