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Brasil, Julho de 2024 - O uso de dados e tecnologia deve se tornar cada vez mais vital para o sucesso das empresas de moda. No estudo Fashion Forward, a consultoria Bain & Company identifica os casos de usos de novas tecnologias com maior potencial de criação de valor para o mundo fashion. “O uso de IA generativa e blockchain deve mudar por completo o modelo de negócio do setor de moda, acelerando a inovação de produtos e permitindo que as marcas ofereçam uma experiência cada vez mais personalizada para o consumidor”, explica Gabriele Zuccarelli, sócio e especialista na área de varejo da Bain na América do Sul.
Em relação à inovação de produto, as ferramentas de AI generativa aumentam a capacidade de detectar o nascimento de novas tendências em tempo real, interpretando grandes volumes de dados em forma de texto, imagens e vídeo. Além de identificar tendências, a AI generativa pode acelerar também o processo de desenvolvimento de novos produtos, ajudando os designers a testar uma maior variedade de caminhos criativos e automatizar tarefas como a criação de variações de estampas e cores.
Na área de marketing, o uso de AI generativa permite atingir um novo patamar de eficiência e personalização, permitindo automatizar a digitalização de catálogos de produtos para e-commerce e produzir conteúdos para campanhas de marketing de forma virtual.
Contudo, uma das maiores revoluções deve ocorrer na jornada de compra do consumidor. No lugar de vasculhar um catálogo com infinitas opções de produtos organizadas por categoria, será possível recorrer a uma personal stylist virtual, capaz de recomendar o look mais apropriado para uma determinada ocasião, considerando as preferências de estilo de cada indivíduo. A rede Flipkart, na Índia, parte do grupo Walmart, já implementou um consultor de moda virtual chamado Flippi, que oferece uma interface de compras conversacional para os consumidores. Adicionalmente, a empresa disponibilizou aplicações como a busca multimodal – que permite uma pesquisa aprimorada, seja por texto, imagens ou voz.
Outra tecnologia que tem potencial disruptivo para a indústria da moda é a blockchain, que registra transações de forma transparente e imutável em blocos de dados interligados. Mediante registros em blockchain é possível rastrear cada etapa da cadeia produtiva da moda, desde a origem da matéria prima até a confecção e a entrega do produto acabado, tornando totalmente transparente o impacto ambiental e social de cada produto.
Para a compra e venda de produtos de segunda mão, mercado em crescimento entre os consumidores de peças de luxo, a autenticação por NFTs e NFCs garante a legitimidade do vendedor e a autenticidade do produto. Desde 2020, cada relógio da marca Breitling possui um passaporte digital (NFT), que funciona como prova de autenticidade, concedida ao cliente no momento da compra, garantindo segurança quando o artigo for vendido e transferido para novos proprietários. A entrega de NTFs junto com a compra do produto físico permite também criar novas formas de engajamento do consumidor, permitindo para os detentores dos passaportes digitais acesso a experiências exclusivas com a marca, tanto no mundo virtual quanto no mundo físico.
Enquanto a internet trouxe o crescimento do e-commerce e o desenvolvimento do modelo omnichannel, a IA generativa e a blockchain devem transformar de forma ainda mais profunda o modelo de negócio do mundo da moda, tornando o domínio da tecnologia e dos dados um fator competitivo cada vez mais relevante para qualquer empresa do setor.