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Dos silos à coesão: como a cultura de compartilhamento pode acelerar a inovação

Dos silos à coesão: como a cultura de compartilhamento pode acelerar a inovação

Quando a evolução é entendida como um processo colaborativo, a inovação passa a ser uma responsabilidade coletiva, acelerando o impacto positivo nas operações e na estratégia corporativa

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Dos silos à coesão: como a cultura de compartilhamento pode acelerar a inovação
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Este artigo foi publicado originalmente no site da Época Negócios

Brasil, dezembro de 2024 - A incorporação de novas tecnologias é uma necessidade básica para que as empresas mantenham sua eficiência e ampliem a produtividade de seus times no médio e longo prazo. Tornar uma companhia mais digital, mudar processos e atualizar a estrutura tecnológica são desafios constantes para boa parte das organizações. Sabemos que a modernização não se resume a simplesmente implantar ferramentas; é crucial que a estrutura corporativa e a forma como a empresa opera estejam alinhadas com a transformação digital.

Muitas empresas ainda operam em silos, com departamentos e unidades de negócio atuando de forma isolada, o que resulta em uma adoção de tecnologia fragmentada e sub-ótima. Esse modelo impede que as inovações tecnológicas sejam plenamente integradas, causando ineficiências nos processos, dificultando a troca de informações e limitando o potencial de otimização e colaboração entre as áreas. Portanto, é vital compreender que não basta ter as ferramentas certas, é necessário também assimilar como a companhia interage e opera.

Em um mundo digital conectado, com plataformas e tecnologias compartilhadas, as empresas precisam ter a capacidade de partilhar dados e conhecimentos de maneira ampla, equilibrando a proximidade local com a escala global. Essa abordagem requer experimentação constante com novas maneiras de reorganizar o negócio e, apesar da complexidade inerente a esse processo, é possível criar nas companhias o alinhamento adequado para obter os benefícios da inovação. Essa é uma prática comum entre as organizações líderes, que continuamente otimizam e adaptam suas operações para se adequar ao cenário de negócios em mudança e acelerar suas estratégias.

Uma característica complementar que se mostra como um diferencial para as organizações é manter o equilíbrio entre atender às necessidades dos clientes e mercados locais e as práticas da sede corporativa. Adaptar estratégias e ferramentas globais às realidades locais, sem perder a coerência e eficiência da abordagem central, é um desafio significativo, mas viável. Moldar a tecnologia corporativa às necessidades das unidades de negócios aumenta a transparência sobre quem está fazendo o quê e onde, permitindo que as equipes conheçam seus papéis e se conectem diretamente.

Outro aspecto relevante diz respeito à simplificação. Quando o modelo operacional da companhia é projetado para reduzir a complexidade, ele facilita a gestão e a evolução da empresa. A partir de estruturas mais simples e flexíveis que permitam uma gestão ágil e eficiente, é possível manter a adaptação contínua da companhia às novas demandas e tecnologias, com integração mais fluida de diferentes processos e sistemas.

Vale destacar que a forma como as organizações buscam por diferentes tipos de talentos, estabelecem equipes, alocam recursos e o modo como os times trabalham juntos são fatores importantes para uma dinâmica coesa. As regras dos mecanismos de incentivo, tais como meta, bônus, carreira, irão impactar diretamente o modo como as pessoas reagirão diante dos desafios das respectivas áreas e da empresa como um todo.

Também é fundamental evoluir mentalidades e comportamentos, promovendo princípios como curiosidade, abertura a novas ideias, iniciativa individual e agilidade. Ao incentivar a colaboração entre equipes e a troca de conhecimento, cria-se um ambiente em que os profissionais não apenas compartilham informações e aprendizados, mas também se desenvolvem juntos. Essa cultura de compartilhamento promove aperfeiçoamento contínuo e fortalece a capacidade da empresa de se adaptar rapidamente às mudanças do mercado. Quando a evolução é entendida como um processo colaborativo, a inovação passa a ser uma responsabilidade coletiva, acelerando o impacto positivo nas operações e na estratégia corporativa.

Assim, a modernização tecnológica nas organizações deve ser vista não apenas como uma atualização de ferramentas, mas como uma transformação estrutural e cultural, que exigirá uma forma de operar mais simples e coesa, viabilizando as adaptações rápidas exigidas pelo mercado e pelos clientes.

*Mariana Zaparolli é expert associate partner Bain & Company e especialista em modelos operacionais ágeis

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