Os fundos de private equity novamente tiveram um ano impressionante no volume de investimentos em 2018. Segundo o mais recente estudo da Bain & Company, o último período de cinco anos foi o de maior movimentação na história da indústria, com US$ 2,5 trilhões em valor de aquisições. Os investidores permaneceram altamente entusiasmados e continuaram a inundar o mercado com capital novo.
A concorrência pesada, por sua vez, está levando ao fechamento de negócios com múltiplos a níveis históricos, e a cada vez mais próxima desaceleração econômica nos Estados Unidos está afetando a tomada de decisões. Tais fatores estão aumentando a cautela e levando compradores a fazer due diligences cada vez mais aprofundadas, que envolvem a integração dos setores comercial e operacional para estruturar ofertas criteriosas.
A alocação no Brasil e em outros mercados da América Latina foi mais tímida, por causa da instabilidade do cenário político-econômico. “Quem estava com dinheiro em caixa e com apetite para risco, no entanto, teve acesso a boas oportunidades”, afirma André Castellini, sócio da Bain. Com a janela de IPOs fechada, a saída mais procurada pelas empresas foi a negociação com compradores estratégicos.
No mercado global, a concorrência acirrada e o aumento dos preços dos ativos restringiram o número de transações, e houve uma queda de 13% em 2018. Contudo, as 2.936 operações fechadas em todo o mundo resultaram em um aumento de 10% no valor total de aquisições e alcançaram a cifra de US$ 582 bilhões.
“Gestores e investidores estão se questionando sobre até quando esse período de bonança irá durar”, diz Castellini. Com isso em vista, muitos players brasileiros de credibilidade estão estruturando fundos menores, de forma a atacar apenas os ativos com maior potencial de retorno, contrariando a tendência global de megafundos. Para todos, o caminho é trabalhar de forma muito eficaz e inteligente, para continuar a entregar os resultados dos últimos anos.