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Brasil, agosto de 2024 - Estudo da Bain & Company destaca que as instituições financeiras serão responsáveis pelo maior volume de financiamentos e investimentos na transição para baixas emissões de carbono. A consultoria estratégica apurou que os bancos devem investir, até 2030, cerca de US$ 600 bilhões na transição, volume bem acima da contribuição de US$ 430 bilhões que virá da indústria e dos US$ 350 bilhões provenientes dos governos, que totalizariam os US$ 1,4 trilhão necessários para o financiamento total da transição nesse período.
A análise aponta que as oportunidades significativas para as instituições financeiras estarão nas Américas. A previsão é que bancos norte-americanos captem US$ 19,3 bilhões em receitas incrementais anuais resultantes do financiamento da transição até 2030, com mais US$ 3,7 bilhões para os bancos sul-americanos. A Bain prevê ainda ganhos extras de US$ 8,4 bilhões para grupos financeiros na região Ásia-Pacífico, cerca de US$ 7 bilhões para bancos europeus e US$ 5,5 bilhões para instituições do Médio Oriente e da África.
Obtido a partir do modelo Transition Finance, ferramenta da Bain que fornece informações para decisões estratégicas dos bancos, o estudo considera três cenários de transição, as contribuições determinadas em nível nacional específicas de cada país, bem como trajetórias de redução de 1,5° e 2°. Assim, foram analisados dados granulares sobre os conjuntos de receitas incrementais projetadas para perspectivas regionais, setoriais e de produtos.
“A transição para redução das emissões de carbono representa uma oportunidade substancial para os bancos, com aberturas significativas de fontes de receitas nesta década, mas ainda temos um grande descompasso de financiamento nos atuais níveis de capital aplicado”, comenta Silvio Marote, sócio da Bain & Company. “O mundo precisa aumentar o investimento em energias limpas e tecnologias de baixas emissões para cumprir as metas. No Brasil, em particular, as agendas de conservação, proteção e recuperação da natureza têm um papel fundamental. Nossa análise mostra que os bancos que lidarem com esta agenda terão retornos realmente significativos.”
Para aproveitar esse potencial de ganhos incrementais, a Bain indica cinco passos essenciais para os bancos investirem no segmento de redução de emissões de CO2:
- Identificar as demandas por setor, região geográfica, veículo de financiamento e cliente;
- Priorizar as oportunidades com base nos gastos de capital atuais dos clientes;
- Avaliar as ofertas vigentes para cada segmento e identificar os ajustes necessários;
- Adaptar produtos e aconselhamento às metas de transição dos clientes;
- Aumentar as habilidades dos colaboradores para criar ofertas exclusivas