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Brasil, de fevereiro de 2024 - A pesquisa Consumer Pulse, elaborada pela Bain & Company, aponta um descompasso entre as aspirações e as ações dos brasileiros em alguns comportamentos de consumo. Temas como sustentabilidade e alimentação saudável são mencionados como desejáveis, mas nem sempre os consumidores conseguem atender às próprias expectativas.
É crescente entre os brasileiros o desejo de ser financeira e ambientalmente sustentável, com a adoção de práticas ecologicamente corretas. No entanto, a Consumer Pulse mostra que, apesar de 91% dos brasileiros afirmarem que a sustentabilidade é um fator importante no seu processo de compra, apenas 28% estariam dispostos a pagar mais por um produto sustentável.
Sustentabilidade
A sustentabilidade é altamente valorizada no Brasil, onde o nível de preocupação com as mudanças climáticas é bem maior do que na Europa e nos Estados Unidos, de acordo com outro estudo da Bain. No entanto, o custo desses produtos no país acaba por afastar os consumidores de uma cesta mais sustentável. Enquanto 81% dos brasileiros afirmam que estão preocupados com mudanças climáticas, apenas 11% compram produtos sustentáveis.
Alimentação saudável
Outro segmento no qual acontece essa disparidade é o de alimentação saudável. Os brasileiros relatam na pesquisa da Bain uma forte intenção de melhorar sua saúde física a partir da adoção de novos hábitos. Essa mudança inclui uma rotina de alimentação saudável, exercícios e melhor qualidade de sono, com redução no consumo de tabaco e álcool.
No entanto, embora a intenção declarada de mudar comportamentos seja alta, 25% dos consumidores brasileiros apontaram não serem capazes de implementar todas as mudanças de saúde e bem-estar que desejam devido a obstáculos como restrições financeiras, distrações cotidianas e necessidade de apoio para implementar essas novas rotinas. Mesmo assim, 37% dos brasileiros afirmam que têm reduzido o consumo de álcool, 63% tentam manter uma dieta saudável e 43% relatam que procuram se exercitar mais.
Como apoio à conscientização nutricional, que desempenha um papel significativo na formação dos padrões de consumo alimentar, a nova política do “rótulo alimentar” teve rápida disseminação e surtiu efeito imediato em grande parte dos consumidores, que revelaram ter reduzido ou reconsiderado o consumo de produtos etiquetados.
Entre os entrevistados, 56% dizem ter percebido a introdução de novos rótulos com avisos na embalagem de produtos menos saudáveis e, após ver o rótulo, 33% afirmam que desistiram da compra. Além disso, 53% dos consumidores relatam ter repensado a compra ou pretendem reduzir o uso futuro do produto.
Tempo livre
Mesmo ao buscar hábitos mais saudáveis, o brasileiro apresenta uma grande lacuna entre o tempo gasto em atividades digitais e o desejo de reduzir essa prática. Ela aparece em segundo lugar como a ação que mais ocupa o tempo livre dos consumidores, mas é indicada como a primeira opção entre os hábitos que desejam reduzir. A pesquisa revela que 58% dos respondentes acreditam que as atividades digitais geram distrações indesejáveis e 46% reconhecem que elas causam prejuízo à saúde e ao bem-estar.