Valor Econômico
A TAM, líder no mercado de aviação, anunciou ontem acordo com a francesa Airbus para aquisição de mais 37 aeronaves até 2010, negociação que pode alcançar US$ 3 bilhões. O negócio exclui a possibilidade de a Embraer, fabricante de aeronaves brasileira, fornecer seus modelos para a TAM. O comunicado veio um dia após a Gol também ter anunciado planos de expansão da frota.
O acordo com a Airbus foi assinado por causa do aumento de demanda nos mercados doméstico e internacional, conforme explicou a TAM em comunicado. Parte das novas aeronaves substituirá a frota atual de 22 aviões Fokker 100, cuja capacidade é de 100 lugares. Os modelos incluídos no acordo com a Airbus (A319, A320 e A330) podem transportar de 140 a 210 passageiros.
"O aumento da densidade de tráfego justifica operarmos com aviões maiores, o que também resultará em menor custo do assento por quilômetro", diz Marco Antonio Bologna, presidente da TAM. O crescimento do mercado de aviação neste ano é estimado em 20%.
A TAM vinha negociando a substituição da frota Fokker pelos aviões do modelo 190 da Embraer. Mas a decisão da companhia aérea de comprar aviões maiores inviabiliza o acordo, já que o maior avião da fabricante nacional transporta até 110 passageiros. Procurada, a Embraer não se pronunciou sobre o assunto.
Na terça-feira, a Gol, vice-líder no mercado, informou ter acrescentado quatro aeronaves Boeing 737-700 em seu plano de frota, duas para este ano e as outras para 2007 e 2008. Dessa forma, a empresa pretende ter 62 aviões até dezembro e chegar a 2010 com 88.
"A expansão da frota mostra que TAM e Gol estão alinhadas nas estimativas de crescimento", diz André Castellini, consultor da Bain & Company. "A TAM quer pelo menos manter a participação de mercado na mesma proporção de hoje." No acumulado do ano, a TAM detém fatia de 44,3% e a Gol, de 30,6% no mercado doméstico.
Existe preocupação, por parte dos órgãos governamentais e companhias aéreas menores de que a TAM ultrapasse 50% de participação no mercado. Segundo Castellini, "por enquanto, não existe nenhuma restrição legal sobre isso e é natural que a empresa queira crescer".